A aptidão social é o maior preditor de uma vida feliz. Veja como melhorar o seu





Curtindo o clima? Você viu o jogo? Conversas pequenas e interações cara a cara simples têm um efeito maior em nosso bem-estar do que você imagina. E aí, gosta de um cuppa?

A Dra. Gillian Sandstrom estava na ópera quando percebeu o quão boa ela havia se tornado em falar com estranhos. Uma mulher com Parkinson estava se sentindo ansiosa e precisava de um assento no corredor e, quando Sandstrom percebeu o que estava acontecendo, pediu a uma fileira inteira de pessoas que se mudassem para abrir espaço para a mulher e seu marido.

"Quando o casal passou por mim, o marido disse: 'Muito obrigado, eu nunca poderia ter feito isso', e eu pensei: 'Gillian também não poderia ter feito isso'", diz ela. "Mas agora, não é grande coisa."

Para Sandstrom, professor sênior de psicologia da bondade na Universidade de Sussex, conversar com estranhos nem sempre era algo natural. Mas sua pesquisa analisa os benefícios dessas pequenas interações do dia a dia e, assim, ao longo de sua carreira, ela teve muita prática.



Agora, é uma habilidade que ela está feliz por ter cultivado. "Eu me sentiria hipócrita se não falasse com estranhos, então faço muito", diz ela. "O maior benefício é que eu não estou mais nervosa com as outras pessoas."

O que é exatamente aptidão social?

Todos sabemos que uma dieta equilibrada e exercícios são partes importantes para se manter saudável. Mas um corpo crescente de pesquisas está mostrando que há outro fator que é ainda mais importante para nos manter em boa forma, tanto física quanto mentalmente: nossas conexões sociais.

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Um estudo histórico publicado em 2010 descobriu que a qualidade dos relacionamentos de alguém é um preditor maior de morte precoce do que a obesidade e a inatividade física, e em pé de igualdade com o tabagismo e o consumo de álcool.

"O tamanho desses efeitos realmente não pode ser exagerado, eles são enormes", diz Tegan Cruwys, professor associado e psicólogo clínico da Universidade Nacional Australiana.

É claro que não é apenas a nossa saúde física que sofre com a falta de conexões sociais. Outras pesquisas mostram que ter um relacionamento amoroso forte leva a uma melhor saúde mental e que se sentir conectado aos outros diminui os sintomas de depressão, atenua os sintomas do transtorno de estresse pós-traumático e melhora a saúde mental geral.

Mas, embora possamos ter relutantemente chegado a aceitar que um regime regular de condicionamento físico é necessário para manter um corpo saudável, pode ser fácil afundar na suposição de que nossos relacionamentos se manterão.

Pesquisas mostram que isso não é verdade: todos nós deveríamos pensar tanto na aptidão social quanto na aptidão física

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Robert Waldinger, professor de psiquiatria da Harvard Medical School, dirige o Harvard Study of Adult Development, um estudo de décadas sobre saúde e bem-estar.

"O que descobrimos foi que relacionamentos perfeitamente bons muitas vezes murcham de negligência e que as pessoas que eram melhores em ter redes sociais vibrantes eram as pessoas que cuidavam delas, as pessoas que estavam mantendo ativamente suas conexões com outras pessoas", disse ele ao podcast Science Focus Instant Genius da BBC.

"É por isso que cunhamos o termo 'aptidão social', para ser deliberadamente análogo à aptidão física."

Como parte do estudo de Harvard, os pesquisadores pediram aos participantes que listassem para quem poderiam ligar durante uma emergência no meio da noite. A maioria anotou várias pessoas, mas alguns participantes nem conseguiram listar uma.

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Não ter essa rede de segurança psicológica nos coloca em uma posição vulnerável. "Quando você está solitário, você está em um estado de luta ou fuga o tempo todo", diz Marisa G Franco, psicóloga e professora clínica assistente da Universidade de Maryland e autora de Platonic. "É como colocar seu corpo sob um estado de estresse crônico."

Mas conexões sociais de todas as formas e tamanhos contribuem para o nosso bem-estar. Embora um relacionamento romântico ou um grupo de amigos próximos possam nos fazer sentir seguros, as interações fugazes que temos com pessoas que não conhecemos bem podem nos trazer um tipo diferente de alegria.

"Eles são uma fonte de espontaneidade e novidade que não atrapalhamos da mesma forma nossos relacionamentos próximos", diz Sandstrom.

Por exemplo, o questionário que ela usou em sua pesquisa mostrou que as pessoas que tiveram um breve bate-papo com um barista ficaram mais felizes do que aquelas que foram o mais eficientes possível ao comprar seu café.

"As pessoas ficam mais de bom humor quando têm essa pouca interação social, se sentem mais conectadas com outras pessoas", diz.

Na verdade, a pesquisa mostra que as conexões sociais baseadas em grupo, em vez de relações individuais, parecem ser mais importantes para nossa saúde cognitiva.


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